quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

É melhor ser um empregado bem-sucedido que um patrão falido

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É melhor ser um empregado bem-sucedido que um patrão falido`, diz o cantor Batista Lima, há 20 anos animando o forró da banda Limão com Mel. Natural de Salgueiro, Batista é irmão de Edson Lima, que foi o cantor mais famoso da banda e, após o auge do sucesso da Limão, saiu do grupo para montar a Gatinha Manhosa. Batista não seguiu o exemplo do irmão e continuou funcionário do empresário Ailton Souza. Fortaleceu seu nome e timbre vocal no meio desse gênero que, passadas duas décadas, mostrou que o forró eletrônico, como ficou mais comumente chamado, não era uma questão de modismo. 
O desprezo que bandas como Mastruz com Leite, Limão com Mel e Magníficos (para citar as três mais importantes do estilo, seguindo a ordem cronológica de sua criação) sofreram pelos defensores do forró mais puro, dito ´gonzagueano`, é pouco diante do que passa hoje a produção de bandas como Saia Rodada, Garota Safada ou Forró do Muído. Na gravação do DVD da banda Limão com Mel,que acontece hoje, no Chevrolet Hall, as bandas Mastruz e Magníficos são convidadas especiais. 
Nos anos 1990 talvez fossem capaz de desejar, secretamente, o fracasso da festa da outra, mas hoje os três grupos se unem para fortalecer o estilo mais romântico que defendem. São parceiros, por exemplo, numa festa chamada Forró das Antigas. Dividem palco, luz e som e atraem um público entre seis e dez mil pessoas, obtendo mais sucesso do que se fossem tocar sozinhas. É basicamente a mesma estratégia comercial utilizada pelas bandas de segunda geração do forró eletrônico, que se juntam em quatro ou cinco numa mesma noite. Forró eletrônico é uma generalização que nem sempre é empregada pelas bandas. Chamam o que tocam e cantam somente de ´forró`. 
´Hoje em dia a tendência musical do povão, tirando pelo que toca nas rádios e nos carros de boy, é o estilo do Aviões, Garota Safada, Forró do Muído. Mas cada banda tem que continuar com sua identidade. Não sou contra a batida dessas bandas, mas contra as letras`, diz Batista. Ele reconhece que no passado as letras da Limão e bandas do mesmo perfil eram criticadas, mas credita a sua geração o fato do forró passar a tocar o ano inteiro. ´Mastruz, Limão, Magníficos trouxeram o jovem para curtir de novo o amor, o Sertão`, diz. O cantor lembra que sua banda também cantou Luiz Gonzaga. ´Antigamente sertanejo era Tonico e Tinoco, depois veio Zezé, depois Victor e Leo. Isso foi acontecendo no forró`, diz. 
O cantor Josenildo da Silva, o Neno, fundou com seus irmãos a banda Magníficos, na cidade de Monteiro, na Paraíba, logo depois do sucesso da Mastruz com Leite. Ele cantava junto com Jotinha, que também era o sanfoneiro. Josivaldo era o produtor e Josivan, baixista. Hoje Jotinha é apenas o empresário da banda. Ele é um dos sócios do Chevrolet Hall, do Recife. 
Para Neno, o preconceito criado contra o gênero eletrônico veio de sanfoneiros que não puderam concorrer com o novo estilo das bandas que surgiam: com mais de um cantor, bailarinos, estrutura potente de som, luz, transporte próprio e, principalmente, mídia. ´Começaram a dizer que a gente não tinha raiz, porque atrapalhamos o trabalho deles. Mas depois do acontecimento das bandas, ficou melhor para os cantores de forró, porque o ritmo passou a agradar o ano todo. Flávio José, Alcimar e outros tocam o ano todo agora`, diz Neno.

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